Auto-explicação.

Eu que costumava saber exatamente o que iria escrever, sabia dizer o que eu estava sentindo, hoje me vejo eu uma auto-contradição. Acredito que quanto mais nos afastamos de algo, maior é a vontade de tê-lo por perto, é mais ou menos assim que funciona esse tal de amor, afinal, quantas vezes eu reneguei-o, afirmei e jurei de pés juntos que era feliz sem ele, e menti. A verdade é que tudo que eu queria era acordar sabendo que isso seria de fato, relevante pra alguém. Queria ter alguém que, por mais clichê que fosse, visse horários iguais e me dissesse que estava pensando em mim, para que eu respondesse “não preciso de horas iguais pra pensar em você” e saber que esse alguém sorriria com isso. Não é que eu seja completamente sozinha, as vezes eu até ouço algo que me arranque um sorriso, mas eu quero alguém pra poder dizer que essa pessoa é minha, um “amor” pra escrever após cada “meu”, eu queria uma eternidade, ainda que não fosse de fato, eterna, mas me faria sentir como se fosse. Eu queria algo que mesmo que terminasse, não tivesse um fim, eu queria uma história de amor, eu queria acordar e ter alguém ao meu lado, que me achasse bonita sem um lápis de olho se quer, com cara de sono e o cabelo bagunçado. Isso era tudo o que eu queria.

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