Lá vai ela…ou eu.

Lá vai ela, tentar não chorar, com ar de quem já sofreu (e sofre) por amor. Lá vai ela, beber algo pra esquecer as brechas da vida, nem que temporariamente. Lá vai ela, deitar sua cabeça no travesseiro e não conseguir descansar. Lá vai ela, lembrar do que precisa esquecer. Lá vai ela, criar expectativa e gerar desilusão. E por fim, lá vai ela escrever sobre ela mesma, na tentativa de aliviar a dor (e não conseguir).

E lá vou eu, resumir a minha vida na terceira pessoa, pra disfarçar o indisfarçável: Está faltando amor na minha vida.

Ser.

Eu sou o problema, eu sou complexo e difícil de se resolver.  Sou o espaço entre um beijo e outro. Sou o último nome que passeia pela sua mente antes de dormir. Eu sou o diálogo de olhares, sou a carência que ocupa espaço, ocupa corpos, ocupa mentes e até memso, vidas. Sou a música que te faz lembrar alguém, o travesseiro molhado depois de uma noite de choro. Sou a saudade que vem, se acomoda, te incomoda, sufoca, transborda e depois sai, como se nada tivesse acontecido.

Sou um pouco de tudo, o simples complexo e enlouquecedor, eu sou quase tudo, menos tua.