Calmaria.

Eu sempre escrevo sobre o erro, sobre o dano, sobre o que deveria ter sido e não foi, é bem mais difícil falar sobre o que é, sobre o que dá certo e não te machuca.

A dor é poesia. A felicidade, companhia.

A gente passa a vida achando que o amor é o pai da poetas.

O amor não motiva poetas. É o erro, a linha tênue em que o amor vai deixando de ser amor, motiva.

O amor não é poesia. O amor é calmaria.

Paixão é montanha-russa.

É rápida, é o instante, é o ápice, é adrenalina, é aquele momento que você não toca no céu, mas chega a sentir a nuvem na ponta dos dedos.

O amor é carrossel.

Calmo, aos poucos, devagar mas constante.

Escrever sobre algo que dê certo nunca foi o meu forte, dar certo não é o meu forte.

É mais fácil escrever sobre o que se deseja ter do que sobre algo que se tenha.

É mais fácil reclamar que ninguém gosta da gente do que deixar que alguém o faça.

A gente cria barreiras, muros, grades, tudo pra nos proteger, mas de quem?

A gente se esconde de todo mundo, e quando a gente resolver sair, a luz arde nossos olhos, incomoda, até a gente se acostumar com a claridade, e passa a ter medo do escuro.