Sobre tudo aquilo que foi, que deveria ser ou deveria nunca ter acontecido.
Não quero falar de passado, pois remoer o passado é fazê-lo presente, e se ficou para trás é porque parou no meio do caminho, e eu continuei. Na verdade a gente sempre continua, seja aos poucos, seja com cicatrizes que parecem que jamais desapareceram dali, mas a gente tem que continuar.
E foi o que eu fiz, eu continuei incontáveis vezes que eu achei que jamais sairia dali, o problema que a gente tem essa mania de se auto-subestimar, se diminuir e se rebaixar, só porque alguma coisa deu errado. Coisas dão errado todos os dias e o conformismo não vai mudar em nada. A gente precisa levantar, e se a dor do passado pesar demais sobre nossas costas, é preciso deixá-la no meio do caminho, mas ela se agarra, se segura e se prende na gente e as vezes parece que é impossível deixá-lo pra trás, mas a gente deixa.
Mas, apesar de tudo, eu não lhe desejo que carregue esse peso que eu deixei por aí, quero que continue por aí. Cada um carrega o peso que aguenta, nada mais do que isso.
E desse peso que ficou pra trás, fica tudo aquilo que foi, que deveria ter sido ou deveria nunca ter acontecido.