Nunca fui boa em falar as coisas, sempre preferi escrever, embora ouvir qualquer um ouve e ler, só quem quer, mas eu não quero gritar nada aos quatro cantos do mundo também, só quero gritar pra fora de mim. Eu sempre assim, nunca soube lidar e duvido que um dia eu aprenda, mas sigo tentando.
Eu te disse desde o início que era difícil lidar comigo, com esse meu sentimentalismo, com essa minha carência e eu achei que você estava disposto a tentar, me enganei, aliás, me enganou, enganou logo a mim que sempre me julguei esperta, que achava que já tinha aprendido…errei.
Não sei bem sobre o que eu vim falar, aliás, eu nunca sei, detesto roteiros, sou movida por impulso, sabendo que tudo que é feito por impulso, tem uma chance enorme de resultar em erros. Mas sabe, é que dessa vez parecia realmente que ia ser diferente, eu juro que eu estava acreditando nisso, eu, que nunca acredito nesse tipo de coisa, agindo como se eu tivesse uns quinze anos, tantos anos depois, é, eu nunca aprendo.
E aliás, porque eu me importo com isso? Se quem importa, não se importa, não sou eu que devo perder meu tempo e horas de sono, não mesmo. Mas acontece que falar é fácil, o pensamento não é algo que a gente tenha controle, eles tem vida própria, pensam no que querem, pensam em quem querem, criam cenas, criam momentos, tudo ali, na imaginação, sem a gente sequer autoriza-lo a fazer isso.
Então tá, chega antes que eu fique esquizofrênica…mas eu não ligo…me liga?
Tarde demais, fiquei já…e tchau radar, vamos adiante.