mil pedaços

2:30 da manhã e mesmo com sono, preciso escrever essa carta porque eu não quero ir embora. Não agora.

Você tá dormindo do meu lado e eu desmonto em mil pedaços quando eu penso como seriam as noites sem você. Eu mal lembro como eram as noites antes de você.

Eu sei que não acabou mas eu me antecipo em te pedir pra ficar.

Nunca fui tão boa nessa coisa de cuidar e de deixar ser cuidada. E toda vez que eu te machuco dói também em mim.

Nunca fui boa em me curar. Eu cutuco as minhas feridas até sangrar.

Você diz que não aguenta mais desculpas, eu não aguento mais me desculpar. Eu quero mudar. Mudança é difícil pra quem nunca soube seu lugar.

Talvez eu mereça tudo que você me diz, talvez e só talvez, eu mereça (com você) ser feliz.

Uma vez eu li que “O amor é uma libélula que pousa na nossa janela pouquíssimas vezes. Corra atrás da sua libélula, sem medo de se machucar. Viva o seu romance. Viva o seu último romance” e eu era jovem demais pra entender, mas você é minha libélula, e eu morro de medo que voe pra longe.

Agora são 2h42, você nem se mexeu nesses 12 minutos que te escrevo, mas, aqui dentro, nada mais está no mesmo lugar, exceto pelo lugar que eu quero estar, aonde você está.

it’s not about me, it’s about her.

It was an normal sunday until I met her. It was a classic rainy sunday, a kind of day you just wanna laying in the bed until monday.

Somehow I just knew that something will gonna change in my life.
The green dress, the necklace with her zodiac sign (aries, an fire sign), the umbrella, the black short hair.
The talk. The kiss. These drinks. I just wanna repeat it – over and over again.

I’ve been thinking about that day, about the others and the future days.
Damn, I was so fine on my solitute, I was so hopeless about feelings, love, about everything at all. At least I thouht I was.

Since that sunday I’ve been waiting to met her again.
It’s about intimacy, the way it feels like we just meant to be, it feels like she’s always here – even when I don’t know yet.

I guess she’s everything I’ve been looking for and the irony about this is that I met her with no expectations at all.
To be honest I don’t even want to fell for no one until I met her. I was so tired about the boys, so traumatized about the girls, and them she came with no alarm, no sounds. And I knew it. I knew what I trying to “learn” in a year.

I don’t know what’s gonna happen, but heaven’s knows how I fell for this girl.
This is not about me or how I fell. For the first time, it’s not about me.

freedom

I wish I was free
Free from what hurts, free from the untrust

I wish I was free

Free from you, free even from me.

If I could put these words away, maybe, someday I could fly away without guilty, without everything that makes feel like I couldn’t never leave this town, like I couldn’t never leave the ground

I feel like i’m drowing under the words I’ll never say to you
How can I fly if my feet seems heavy like stones?
If my words are hitting me to the ground?
How can I get up when all I do is feeling down?

If I could put these words away, maybe, someday I could fly away without guilty, without everything that makes feel like I couldn’t never leave this town, like I couldn’t never leave the ground

I used to feel so bright by yourside in the dark, now I’m tearing apart
But i will be fine, I know it’s not the end of the line, I guess I just need some time.

 

 

tragédia anunciada

meu bem, nós fomos uma tragédia anunciada, um verso de uma melodia qualquer que jamais foi terminada, mas eu queria saber o que sobraria de nós após desatar nossos nós.

e se eu tivesse parado aquele trem? ou mudado o destino naquela estrada?

talvez, não sobrasse nada.

meu bem, você veio como um desastre natural, durou pouco mas tirou tudo do lugar.

eu nunca quis ter você pra mim, nunca foi sobre posse, tampouco, vaidade, foi bom te ter aqui mas apenas enquanto foi sua vontade.

pra mim você é uma força da natureza, dessas que passam pela vida da gente e leva embora todas as nossas certezas.

você nunca me quis pra ti como um objeto desprovido de vontades.

eu, que sou afeto, jamais deixei de ser liberdade.

eu nunca fui

já faz um tempo que eu não apareço por aqui, a vida sempre tão corrida leva embora nossa poesia, mas eu voltei.

voltei porque você voltou, e eu tenho muito pra te dizer.

voltei pra te lembrar que você não precisa ir embora quando tudo parecer difícil demais.

voltei pra te dizer que mesmo no meio desse caos, existe alguém querendo seu bem, meu bem.

eu vim te dizer que nessa batalha que a vida tem se mostrado, a gente tem que ter quem lute do nosso lado, alguém que não deixe afundar o barco.

eu voltei pra te dizer que eu nunca fui.

sobrevivi

Eu morri algumas vezes nos últimos anos, eu renasci outras.

Houveram momentos que eu não sabia se aguentaria, eu tive medo algumas vezes, outras vezes fui covarde.

Eu fui magoada e magoei também.

Eu procurei por Deus, eu pedi desculpas por não conseguir acreditar (eu juro que não foi por falta de tentar)

O mundo me empurrou, algumas horas eu só caí que eu percebi que eu precisava desse empurrão pra me dizer “levanta que o teu lugar não é aqui!”

E eu resolvi que eu não iria morrer de novo.

A gente precisa cair, ser virado do avesso milhares de vezes, ser jogado de canto, pra entender que nosso lugar é muito maior que isso.  É infinito, e cabe apenas a nós mesmos desbravar o mundo, ainda que a gente sinta que não  pertencemos a ele, é nele que estamos e é aqui que temos que dar algum significado ao nosso existir.

É difícil viver, o mundo é cruel, mas  é o único que conhecemos, então que sejamos nele a nossa melhor versão ainda que na pior versão de mundo que nos foi apresentada.

O universo é grande demais pra reservar algo grandioso pra você, destino não é nada mais do que as escolhas que fazemos e pretexto pra justificar algo que deu errado. A gente costuma achar que todas nossas conquistas são méritos nossos e nossos fracassos são conspirações, não era destino ou “não era pra ser”.

Aceitar nossos fracassos também é sinal de sucesso.

 

 

 

 

 

 

eu

Eu não sou a arte

eu sou artista

Eu não sou o poema

eu sou poetiza

Eu não sou o tormento

eu sou a calmaria

Da minha vida, eu não sou figurante

Sou protagonista.

Diário

Uma coisa que eu aprendi nessa vida é que nada é mais efêmero que o sentir, um dia tá tudo bem, no outro nem tá mais aqui

Eu não escrevo mais como outrora, eu acumulei as coisas que eu deveria ter dito antes, não agora

Mas o tempo voa, vê se não demora

Me disseram um dia que nunca se deve implorar afeto, que tudo tem que vir de peito aberto

Eu sou o diário, um rascunho incompleto completa meus versos

Me aconchega no teu peito, abafa esse eco, me deixa por perto.

sobre recomeços.

Eu sempre tive uma certa dificuldade em lidar com terminos, nunca soube como desatar o nó – e segurava a corda com tanta força que me arrancava sangue das mãos -, eu não sei encarar despedidas e sempre tive medo de recomeços.

O medo de recomeçar não deixa sair do lugar.

A gente se sabota – o tempo inteiro – pelo medo do fracasso, quando se da conta que não há maior fracasso do que o de quem não teve coragem de tentar.

A partir do momento que eu entendi isso, me dei conta de que a vida não passa de um emaranhado de pequenos ciclos, e que todo ciclo tem seu começo, meio e fim, e que é necessário fechar um ciclo pra começar outro e isso – nem sempre- é ruim.

Quando a gente se apega ao passado, perde todas as possibilidades que o presente oferece. Quem caminha olhando pra trás não enxerga o que está bem na sua frente.

Recomeços são necessários a todo momento, mas nem sempre a gente tá pronto pra entender isso.

Quando eu falo sobre recomeços, falo também sobre recomeçar um relacionamento com nós mesmos.

Nem tudo que deu errado é sua culpa e nem tudo depende de você. É normal errar.

Ser gentil consigo mesmo é revolucionário.

E quando conseguimos recomeçar com nós mesmos, estamos prontos pra qualquer recomeço que vier daqui em diante.

Solta a corda e deixa ir embora. Todo recomeço começa com um final.

Exploradores

Por muito tempo eu pensei que precisava ter alguém ao meu lado, eu acreditava que precisa de alguém ali pra me segurar quando eu caísse.

Até que me empurraram.

A mão que eu procurei pra não cair me deu o golpe final.

E eu não entendi o que eu tinha feito de errado, e por muito tempo procurei respostas, tentando aplicar a culpa em mim, o que faltou ali, onde eu deixei a desejar?

As vezes a gente se diminui demais pra caber na vida de alguém que não se diminuiria um milimetro por nós. E quando a gente expande o minúsculo espaço que nos foi concebito, somos arrancados de lá como se fôssemos descartáveis, e a gente continua se perguntando o porquê daquilo.

E a resposta pra essa e todas as perguntas anteriores chega sem pedir licença, arromba a maçaneta, empurra a porta e então finalmente entendemos que nós não fizemos nada de errado, só que a gente se diminui, se aperta ao máximo pra se encaixar em algum lugar que não nos pertence. 

Não se deve nunca se diminuir por ninguém e nem permitir que os façam por nós.

E nesse momento, que essa verdade arrebata teu coração e te faz ver que você é um universo inteiro de particularidades, de gostos, de memórias, de peculiaridades, você não se contenta em ser uma simples constelação.

Você quer ser exatamente quem você é, com todos os dramas, todas as conquitas, todos os sonhos, as qualidades e também os defeitos, e você aprende a amar esse emaranhado de sentimentos que é ser você.

Não existe nada mais gratificante do que sentir prazer em ser quem se é, e assim, poder encontrar alguém disposto a aterrizar em nós e visitar cada pedaço não explorado do universo que existe dentro de você e se deixar explorar.