Vontade e outras coisas mais.

Vontade que tenho de compartilhar o meu respirar com você, mesmo sabendo o quanto é irracional de minha parte, desejar tão profundamente algo que de nada me serve. Porém, eu não costumo querer aquilo que me sirva, não busco o provável, o confortável. Algo que não me sirva de forma positiva, me atrai e foge do meu controle fugir dessa atração, dessa vontade que tenho de enfrentar uma guerra, mesmo sabendo que serei eu a ferida. Não faz sentido, eu sei, mas não deveria de fato, fazer, já que coisas que são facilmente compreensíveis, nunca foram as que me chamaram atenção, ando procurando por algum mistério, alguma mensagem subliminar, algo que, exatamente por não fazer sentido aos olhos alheios, faça todo sentido do mundo pra mim, afinal, não me agrada fazer sentido pros olhos alheios, eu quero que eles se danem, eu só quero fazer sentido aos seus olhos.

Algo…alguém.

As vezes eu venho aqui sem nem saber o que quero escrever. é o caso de agora, é estranho ter um sentimento dentro da gente e não saber nem o que é. Ou eu até saiba o que é, mas não queira aceitar, é difícil admitir certas coisas pra si mesmo.

A verdade é que é mais confortável mentirmos pra nós mesmos, do que admitir que tem certas coisas a gente simplesmente não é capaz de esquecer.

O que me assusta, é a normalidade que eu falo de solidão, e isso não é bom. Não é bom se sentir sozinho, não é bom se acostumar a não ter ninguém. Eu não queria algo, eu queria alguém, ou melhor, eu não queria alguém, eu queria você. Me perdoe, acontece que eu sempre tive essa terrível mania de querer aquilo que não posso ter.

 

Relatos.

Ontem pensei de algo que há muito tempo não pensava, e um sentimento desconhecido tomou conta de mim, não era amor, nem saudade e nenhum ressentimento (…) era apenas um sentimento que eu não tenho capacidade de denominar.

Talvez tu tenha se esquecido, mas há uns meses atrás, tu prometeu que quando voltasse, procuraria por mim. Eis que tu voltou, voltou pra sua casa, pros teus amigos, vizinhos, conhecidos, colegas, menos pra mim. Não te julgo por isso, nunca se passou pela minha cabeça obrigá-lo a sentir exatamente tudo aquilo que eu sentia, mas esperava que sentisse pelo menos algo que fosse o bastante para uma satisfação, um sinal de vida, qualquer coisa que não me fizesse sentir uma estranha na tua vida, como eu me sinto agora.

Tu falava de namoro, de alianças, de casamento, de todas as coisas que faziam com que eu me sentisse especial, tu me deu uma visão de um futuro que não se concretizou nem se quer em um presente, virou apenas um passado mal vivido e aproveitado. Tu dizia que o nosso amor superaria a distância, e eu dizia que mesmo sem poder te der perto de mim, te sentia perto…Eu era sincera, já tu, eu honestamente não sei, mas eu acreditei, cegamente, de uma forma que eu nunca havia acreditado em ninguém, e pode ser que nunca mais acredite em alguém da mesma maneira.

Não tenho raiva, ódio e nenhum sentimento destrutivo, tenho apenas saudade, não de tu, mas de quem tu eras.

Novos velhos planos (…)

Chegou a hora das promessas de mudança, dos planos, os quais ironicamente são repetidos ano após ano, talvez eu tenha sido incapaz de concretizá-los e os adiei para o próximo ano, como sempre faço. Embora eu tenha terminado o ano e iniciado o próximo sorrindo, não anula o sofrimento que percorreu o ano anterior, apenas o camufla para a felicidade momentânea, que eu tanto queria que estivesse ali…sempre, queria que de fato, fosse verdade a superstição que diz que o que acontece na virada de um ano para o outro, ocorrerá ao decorrer do ano, o que de fato, evitaria um sofrimento ao decorrer desse novo ano, mas infelizmente ora sorrimos, ora choramos e o que é pior, tudo sem o menor aviso prévio. Se soubéssemos quem nos faria sorrir, gastaríamos mais tempo ao lado de tal pessoa, ao invés de nos remoermos em sentimentos que, por diversas vezes, são corrosivos, nos destrói aos poucos, dia após dia, até encontrarmos algo que funcione como um “antidoto”, afinal, se a vida nos desse algum aviso prévio do que nos espera, tomaríamos o antidoto antes mesmo de tomarmos o veneno. Mas, contradizendo a mim mesma, também penso que vale lembrar que um antidoto, pra fazer efeito, é preciso vir em seguida ao veneno, com isso quero dizer que só sabemos se estamos felizes pois um dia estivemos tristes antes.